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Cirurgia ortognática para tratamento da síndrome de apneia obstrutiva do sono

Olá 👸

Faz hoje 3 semanas que fiz a cirurgia ortognática. Estou bem, mas ainda a recuperar em casa.
De dia para dia o edema começa a diminuir, embora a parestesia ainda continue presente, e começo a reconhecer-me ao espelho, embora diferente. Neste momento ainda estou a usar a férola e só faço pausa de 3 horas, duas vezes por dia.
Quando iniciei todo este processo ainda não manifestava qualquer sinal de apneia do sono, mas de à uns meses para cá que tem vindo a agravar seriamente.
Assim que saí do bloco operatório a primeira diferença que notei foi melhoria significativa da respiração (bucal), embora tivesse o nariz completamente obstuído com secreções.

Decidi escrever este post, para vos alertar sobre a apneia obstrutiva do sono e a importância de realizar a cirurgia ortognática (caso seja indicada).

A apneia do sono é um distúrbio do sono que ocorre quando a respiração é interrompida durante o sono. As paragens respiratórias podem acontecer repetidamente, de tal forma que impedem o cérebro e o corpo de receber a quantidade suficiente de oxigénio.
É uma doença que afeta entre 9% a 24% da população adulta.


13 SINAIS DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO
  1. Ressonar;
  2. Alertas do parceiro sobre paragens respiratórias durante o sono;
  3. Acordar abruptamente com falta de ar;
  4. Acordar ofegante/ sensação de sufocamento;
  5. Acordar durante a noite para ir à casa de banho;
  6. Acordar com a boca seca ou dor de garganta;
  7. Dor de cabeça matinal;
  8. Insónia;
  9. Sonolência diurna excessiva;
  10. Dificuldade de concentração e/ou problemas de memória;
  11. Alterações de humor;
  12. Diminuição da líbido;
  13. Presença de fatores de risco para a apneia do sono, como excesso de peso, beber álcool, fumar, deformidades crânio-faciais...
A síndrome de apneia obstrutiva do sono afeta o desempenho das atividades normais do dia-a-dia, no bem-estar emocional e físico. Além disso pode trazer problemas a longo prazo, como:
  • Hipertensão
  • Diabetes tipo II
  • Insuficiência cardíaca
  • Arritmia
  • Depressão e ansiedade
Os tratamentos para esta doença envolvem alternativas conservadoras, como o uso de dispositivos intrabucais, até procedimentos mais invasivos, como cirurgias.
A cirurgia ortognática tem como objetivo a redução da resistência da via aérea superior através da ampliação do seu diâmetro, eliminando defeitos anatómicos.
Como podem ver no vídeo abaixo, um caso idêntico ao meu, em que o espaço na boca foi largamente ampliado assim como as vias respiratórias.


Técnicas cirúrgicas para correção de deficiência maxilar e mandibular têm sido utilizadas com êxito para o tratamento de deformidades esqueléticas faciais. Sabe-se que a cirurgia de avanço mandibular provoca também um avanço da musculatura lingual e supra-hióidea inseridas na mandíbula, e que o avanço do maxilar superior leva ao reposicionamento do véu palatino e dos músculos velofaríngeos. Isso traduz-se num aumento do espaço aéreo retrolingual e retropalatal, melhorando, portanto, a permeabilidade da via aérea. Assim, a cirurgia ortognática de avanço maxilomandibular tem sido indicada em casos graves de apneia obstrutiva do sono, sozinha ou em combinação com procedimentos cirúrgicos complementares, como septoplastia, turbinectomia ou uvulopalatofaringoplastia.

Entretanto fui à consulta com o cirurgião e ele mostrou-me o impacto, em milímetros, que a cirurgia ortognática teve nas minhas vias respiratórias.


Espero que tenham gostado 💗

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